NO BRASIL "A ESPERTEZA É A MOEDA QUE É SEMPRE VALORIZADA!"

Mais uma vez as ruas foram palco de um espetáculo que fez a alegria da mídia e dos oportunistas de plantão, que estão de olho na vagância no poder para se beneficiarem do atual sistema político brasileiro que, desde o fim da ditadura, foi implementado por velhas facções corruptas disfarçadas de partidos. 

Tem muitas velhas raposas de olho no poder: Será que o povo está de olho nelas?

As manifestações foram um "prato cheio" para:

- a mídia, que a pautou durante todo o dia do evento desejando garantir índices de audiência;

- para os corruptos oportunistas de plantão, que contribuindo com o caos tentam reforçar o tal "golpe" que, com o ódio, a revolta e distorção dos fatos, impedem a população de perceber a sua existência;

- futuros corruptos, candidatos ao poder, que também contribuem com o caos para se beneficiarem e, com suas quadrilhas, se apoderarem das principais engrenagens que movem a máquina pública do país: a presidência e os seus ministérios.

O Brasil é vítima de muitos culpados. Nas ruas, para a alegria desses, só uma minoria foi acusada!

Mas e o povo, esse que invadiu as ruas hoje, não se serviu de um "prato cheio"?

Em 29 de dezembro de 1992 manifestações, como as de hoje, resultaram no impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, que hoje é senador eleito pelo próprio povo que, alimentado pelas diversas matérias sobre corrupção e ingestão pública, invadiram as ruas, de forma equivocada, promovendo o mesmo espetáculo que assistimos hoje. Equivocada pois não cobraram reformas política e eleitoral que garantissem o extermínio da corrupção e a condução ou recondução ao poder de fichas sujas e corruptores. Prova disso é a presença de Collor, hoje, no poder sendo até citado nos esquemas de corrupção mas passando despercebido ou sendo mantido fora do foco.

Na verdade, em ambos episódios o povo se alimentou sim: da falsa sensação de que cumpriu o seu papel diante da situação trágica que vivenciamos. Que exerceu o seu direito democrático de se manifestar. Mas onde será que erramos, ou estamos errando?

Erramos ao levar para as ruas apenas nossas indignações contra os principais corruptos que estão no foco da corrupção,que estão no poder, ignorando os que já estiveram e, pior, os que pretendem retoma-lo.

Erramos por não cobrarmos das autoridades empossadas uma reforma política e eleitoral que combata a corrupção. Afinal, eles estão lá para fiscalizar, apresentar projetos, votar e resguardar o interesse público, os nossos interesses. Enquanto gritamos nas ruas o nome de poucos corruptos, evidenciando apenas uma "facção", muitos continuam lá, no poder, realizando esquemas e negociatas, desviando recursos públicos, garantindo a impunidade e atrapalhando as investigações que podem chegar até eles e, até mesmo, nos incentivando a ocupar as ruas com o único objetivo de nos usar para alcançarem seus sortidos objetivos e se beneficiarem nesse conturbado e nebuloso escândalo de corrupção.

Erramos por sermos um povo acostumado com a corrupção e por nos beneficiarmos dela para resolvermos problemas de interesse pessoal por meio do "jeitinho brasileiro": denominação abrasileirada de atos ilícitos, ou seja: corrupção.

Até no exterior foram registradas manifestações nas ruas e preferimos acreditar que a maioria dos brasileiros que, além de nossas fronteiras, manifestaram defesa ao impeachment e pediam o fim da corrupção no Brasil não sejam imigrantes ilegais pois isso tornaria o discurso manifesto contraditório. 

No vídeo abaixo a fala sensata e lúcida de uma brasileira que, por mais que seja dolorosa, apresenta os verdadeiros culpados nessa situação vergonhosa de corrupção.