João Freire
joao.freire@icmbio.gov.br
Brasília (31/03/2016) – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiram recomendar a manutenção da proibição da pesca na região costeira determinada pela justiça. A área atingida pela restrição vai da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas (norte do Espírito Santo) até o Parque Nacional Marinho de Abrolhos (sul da Bahia).
A recomendação tem caráter preventivo e foi tomada após a reunião do Grupo de Trabalho do Ministério do Meio Ambiente responsável por coordenar a posição ambiental relacionada ao rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana.
Na reunião, realizada nesta quarta-feira (30), pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), apresentaram resultados preliminares das análises feitas nas amostras de água, animais marinhos e de sedimentos, coletadas na expedição científica coordenada pelo ICMBio, realizada em fevereiro passado. As duas universidades participaram da expedição.
Notícia relacionada:
EXPEDIÇÃO AVALIA VIDA MARINHA EM ABROLHOS
Os resultados apresentados apontam aumento na concentração de metais, como ferro, alumínio, manganês e arsênio, na comparação com dados de pesquisas anteriores. Apesar destas substâncias serem comuns em atividades de mineração, no momento, não é possível afirmar que os metais têm origem nos rejeitos que vazaram da barragem rompida. A lama pode ter removido estes metais que estavam depositados no fundo do rio Doce, que apresentava alto índice de poluição, antes mesmo do acidente ambiental.
“Os dados preliminares são preocupantes. A contaminação de peixes e camarões por metais está acima dos limites permitidos pela Anvisa. Nestas condições, o consumo de pescados representa riscos para a saúde humana e para a ecologia”, explica o presidente do ICMBio, Cláudio Maretti. “Por este motivo, entendemos que a manutenção da proibição da pesca é o mais prudente, neste momento”, conclui o presidente.
Conclusões
Os dados apresentados pelos pesquisadores Adalto Bianchini (FURG) e Alex Bastos (UFES) farão parte do relatório final da expedição que vai apontar conclusões e encaminhamentos para a recuperação da vida marinha na região. A apresentação do documento está prevista para a segunda quinzena de abril.
“Verificamos impacto sobre toda a cadeia alimentar marinha. Temos o retrato de um momento. Precisamos verificar se a contaminação é um episódio isolado ou não. Vamos continuar o monitoramento para apoiar os órgãos ambientais na tomada de decisão”, afirma o pesquisador Adalto Bianchini.
O ICMBio está organizando uma segunda expedição na região (com a FURG e a UFES) a ser realizada entre abril e maio, para dar continuidade aos estudos sobre a qualidade da água e a vida marinha na região. O monitoramento de possíveis impactos continuará por, pelo menos, dez anos e vai orientar as decisões para garantir a recuperação ambiental da bacia do rio Doce e da área marinha vizinha à foz.
Notícia relacionada: MINISTÉRIO PLANEJA REVITALIZAR BACIA DO RIO DOCE
A contaminação abrange a área das unidades de conservação (UC) administradas pelo ICMBio, na região: Reserva Biológica de Comboios, Área de Proteção Ambiental Costa das Algas, Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz, Reserva Extrativista Cassurubá e a Área de Proteção Ambiental Ponta da Baleia. A extensão do impacto sobre a biodiversidade nestas UCs ainda está sendo verificado.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
joao.freire@icmbio.gov.br
Brasília (31/03/2016) – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiram recomendar a manutenção da proibição da pesca na região costeira determinada pela justiça. A área atingida pela restrição vai da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas (norte do Espírito Santo) até o Parque Nacional Marinho de Abrolhos (sul da Bahia).
A recomendação tem caráter preventivo e foi tomada após a reunião do Grupo de Trabalho do Ministério do Meio Ambiente responsável por coordenar a posição ambiental relacionada ao rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana.
Na reunião, realizada nesta quarta-feira (30), pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), apresentaram resultados preliminares das análises feitas nas amostras de água, animais marinhos e de sedimentos, coletadas na expedição científica coordenada pelo ICMBio, realizada em fevereiro passado. As duas universidades participaram da expedição.
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Os resultados apresentados apontam aumento na concentração de metais, como ferro, alumínio, manganês e arsênio, na comparação com dados de pesquisas anteriores. Apesar destas substâncias serem comuns em atividades de mineração, no momento, não é possível afirmar que os metais têm origem nos rejeitos que vazaram da barragem rompida. A lama pode ter removido estes metais que estavam depositados no fundo do rio Doce, que apresentava alto índice de poluição, antes mesmo do acidente ambiental.
“Os dados preliminares são preocupantes. A contaminação de peixes e camarões por metais está acima dos limites permitidos pela Anvisa. Nestas condições, o consumo de pescados representa riscos para a saúde humana e para a ecologia”, explica o presidente do ICMBio, Cláudio Maretti. “Por este motivo, entendemos que a manutenção da proibição da pesca é o mais prudente, neste momento”, conclui o presidente.
Conclusões
Os dados apresentados pelos pesquisadores Adalto Bianchini (FURG) e Alex Bastos (UFES) farão parte do relatório final da expedição que vai apontar conclusões e encaminhamentos para a recuperação da vida marinha na região. A apresentação do documento está prevista para a segunda quinzena de abril.
“Verificamos impacto sobre toda a cadeia alimentar marinha. Temos o retrato de um momento. Precisamos verificar se a contaminação é um episódio isolado ou não. Vamos continuar o monitoramento para apoiar os órgãos ambientais na tomada de decisão”, afirma o pesquisador Adalto Bianchini.
O ICMBio está organizando uma segunda expedição na região (com a FURG e a UFES) a ser realizada entre abril e maio, para dar continuidade aos estudos sobre a qualidade da água e a vida marinha na região. O monitoramento de possíveis impactos continuará por, pelo menos, dez anos e vai orientar as decisões para garantir a recuperação ambiental da bacia do rio Doce e da área marinha vizinha à foz.
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A contaminação abrange a área das unidades de conservação (UC) administradas pelo ICMBio, na região: Reserva Biológica de Comboios, Área de Proteção Ambiental Costa das Algas, Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz, Reserva Extrativista Cassurubá e a Área de Proteção Ambiental Ponta da Baleia. A extensão do impacto sobre a biodiversidade nestas UCs ainda está sendo verificado.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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