Coxinhas e Mortadelas. Uni-vos!
Sem paradoxos que possam ofender chefs de cozinha, já que acarajés também fazem parte da lambança gastrônomico-política deste berço esplêndido, apelo:
De que lado você está?
Não vou, neste texto,
levantar qualquer bandeira pró ou contra Governo. Quero somente fazer
uma reflexão sobre o que realmente estamos pleiteando nas ruas ou nas
linhas alvianis e enfadonhas do Facebook.
Entre
tantos que defendem o estado democrático ou o fim de um mandato federal
que está nas miras da imprensa e da justiça, regateio: o buraco é mais
embaixo do que as urnas ou os martelos empunhados nas togas do STF!
Queremos o que, afinal?
Parece conversa de comadre falando da vizinha. Ou discussão entre um ativista dos Direitos Humanos e uma vítima de violência urbana! Só que não!
Todos nós queremos a mesma coisa: Liberté, Egalité, Fraternité.
Não,
não... não estou defendendo a França ou a Comunidade Europeia do Estado
Islâmico. Estou falando de nós, brazucas do Florão da América,
governados – ao menos por enquanto – por uma presidente eleita
democraticamente que levanta a bandeira vermelha dos trabalhadores.
Governantes e governados levantam a flâmula verde-louro como símbolo patriótico
de um povo brado e retumbante. Mesmo que neste verde-amarelo tenha um
símbolo da Nike ou, pior, de uma entidade futebolística também assolada
por denúncias de fraudes e corrupção, endossadas até por alguns de
nossos próprios ídolos bons-de-bola.
Queremos Liberdade! Usufruir
nosso Oiapoque-Chuí com direito a caipirinha, feijoada e
pés-de-moleque. Sentir o vento potiguar bater nos pés num dia
ensolarado. Enrolarmo-nos em cachecóis e sentir o cheiro do chimarrão
com os ares frios soprados por nossos hermanos. Fazer adormecer nossa
língua – não a Portuguesa – com o Tucupi, derretendo na sauna natural do
Pará. Queremos pizzas paulistanas, gingado carioca, neve – e praia –
catarinense, cheiro de mato amazonense, moquecas capixabas, arquitetura
brasiliense. Queremos ir e vir com “réis” no bolso e saúde no coração.
Queremos Igualdade! Negros
ou brancos; católicos, ateus ou Testemunhas de qualquer fé;
Palmeirenses, corintianos, flamenguistas ou colorados. Coxinhas, esfihas
ou pães com mortadela! Queremos ser todos iguais: perante a Lei,
perante Deus ou à nossa mãezinha. Ao nosso vizinho. Ao nosso amigo. E ao
nosso inimigo também. Afinal, igualdade não é necessariamente afeto.
Pode até ser discordância! Discórdia esta que nos trará soluções. Desde
que pacíficas, arraigadas de café, chimarrão ou uma gelada Heineken –
desculpem-me, mas as cervejas não são todas iguais. E nem quero que
sejam!
Queremos Fraternidade! Queremos
laços fraternos como brasileiros que somos, todos no mesmo barco,
remando (às vezes afundando) juntos. Da popa à proa, são 200 milhões de
pessoas que enfrentam “marolas” e tempestades em alto mar. Juntos,
unidos no futebol, desunidos nas urnas, gritando alto por um gol do
Neymar, nem tão alto por uma decisão de um juiz do Supremo ou de uma
Vara paranaense. Queremos voltar a ser irmãos de sangue e de raça, na
pureza dos filhos deste solo, dos quais és mãe muito gentil.
Convenhamos:
mesmo que a ”vida imite um vídeo”, não queremos PT, PSDB, PMDB ou a PQP
nos dizendo o que “somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter”.
Queremos todos ter trabalho digno, pagando justamente nossos impostos.
Queremos todos nos divertir, com nossa família e amigos, livres de violência.
Queremos todos ter saúde e sermos tratados como seres humanos.
Queremos todos ter educação de qualidade – para nós e para nossos filhos.
Queremos todos ter segurança do presente e do futuro.
Queremos todos “um outro” Brasil.
Mas continuamos sendo +Brasil!
Afinal, entre outras mil, és tu, Brasil, a pátria amada!
Abraços sustentáveis
!
!
Marcio Zeppelini
Presidente do Instituto Filantropia, empresário, palestrante e eterno apaixonado pelo Brasil.
PS: é permitida a reprodução deste texto, desde que na íntegra e mantendo os créditos.
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