Todos os dias a mídia registra
a ocorrência de manifestações favoráveis e contrarias ao atual governo.
“Não existe nenhum passeio fácil para a liberdade em lado nenhum, e
muitos de nós teremos que atravessar o vale da sombra da morte vezes sem conta
até que consigamos atingir o cume da montanha dos nossos desejos.”
Nelson
Mandela
As manifestações populares ancoram-se
no exercício da democracia, garantida no art.
5º da Constituição Federal de 1988,
que trata dos direitos e deveres individuais e coletivos.
Vamos conferir, para melhor
entendimento, esse artigo e seus principais incisos que norteiam o direito de
manifestar-se:
Art.
5º
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
II -
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei;
[...]
IV
- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
[...]
XVI
- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;
[...]
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
vedada a de caráter paramilitar; (BRASIL, 1988)
É importante considerar que é “livre o exercício de manifestação independentemente de
autorização, sendo apenas exigido prévio
aviso à autoridade competente sobre a reunião pública.”
Bem, ter o direito garantido
do exercício da democracia é um privilégio que cidadãos de muitos países não têm. Várias nações conquistaram esse direito por meio de lutas sangrentas e outras,
hoje, estão em guerra civil, buscando por direitos democráticos e a destituição de
sistemas ditadores.
O povo brasileiro não
vivenciou uma revolução sangrenta e quando essa “faiscava” antes mesmo de
virar um “incêndio de grandes proporções” os apoderados reagiam com ações para
contê-la. Esses sempre obtiveram êxitos e conseguiram manter o sistema corrupto que os sustentam até os dias atuais.
Hoje, não diferente de anos e governos anteriores porém com aumento progressivo das cifras furtadas por meio de atos ilícitos permitidos pelo sistema corrompido, justamente por causa da falta de mobilização pública exigindo mudanças no sistema político que coíba a corrupção e ponha fim na impunidade, passamos por uma crise política
que criou dois grupos que, mobilizados, invadem as ruas e
manifestam interesses opostos.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o colégio eleitoral brasileiro,
em 2014, possuía 142.822.046
eleitores. No ápice das manifestações foi registrado cerca de 6 milhões de brasileiros nas ruas, espalhados
por diversas capitais do país. Se considerarmos que todos os manifestantes são
eleitores, tivemos nas ruas cerca de 5%
do colégio eleitoral manifestando-se. Ambos não alcançam percentuais relevantes considerando o total de eleitores.
Como pode ser observado, nesse
cálculo básico onde são ignoradas variáveis que comprometem para menos o número
apresentado, percebe-se que a quantidade de manifestantes nas ruas é muito
inferior ao número de eleitores existentes. Mas isso não tira o mérito dos
manifestantes e, nem tão pouco, das causas manifestadas. Entretanto, é
importante que cada cidadão faça uma análise dos fatos antes de, simplesmente,
ir para as ruas. Manifestar é um ato que deve ser exercido com conhecimento de
causa e não por empolgação ou qualquer outra motivação que fuja do foco.
Oportunistas, em ambos os lados, agitam e tentam potencializar o caos para manipular o povo e levar para ruas cidadãos equivocados defendendo interesses de corruptos que estão no poder ou que almejam conquistar o poder. Observo que os "agitadores" são pessoas ligadas a partidos, que ocupam cargos comissionados e dependem da ascensão de seu "padrinho" corrupto para continuar mamando nas tetas do poder público. Dessa forma, sugiro que investigue bem quem são são os "agitadores", onde trabalham, se pertencem a algum partido que poderá ser beneficiado... não seja cúmplice daqueles que querem se dar bem as custa da politicagem. Proteste contra o sistema corrupto e a impunidade pois, se isso não mudar, nada mudará independente de quem entra ou fica no poder. Não seja manipulado!!!
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