Mistérios e Segredos do Sítio Casarão

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

MILHO ENVENENADO E QUEIMA DE ARQUIVO!

Sobre ratos, transgênicos e queimas de arquivo.

Estudo mostrando que ratos expostos a um tipo de milho transgênico e seu herbicida associado desenvolviam problemas de saúde foi retirado um ano após a publicação por “não ser conclusivo”. (foto: Agência de Notícias do Acre/ Flickr – CC BY 2.0)
Por: Jean Remy Guimarães

Em sua coluna de dezembro, Jean Remy Guimarães comenta a decisão de uma revista científica de retirar estudo já publicado que apontou riscos da exposição a milho geneticamente modificado e pesticida para a saúde em testes com ratos. 

Em coluna de setembro de 2012, comentei o artigo do professor Gilles-Eric Séralini, publicado na Food and Chemical Toxicology. Esse estudo, realizado ao longo de dois anos, mostrava que ratos expostos ao milho transgênico NK603 e ao Roundup, seu herbicida associado, desenvolviam diversos tumores, além de problemas renais e hepáticos.

Pois, acredite se quiser, o estudo foi retirado pela própria revista, pouco mais de um ano após sua publicação.

Segundo as normas dessa revista (e da esmagadora maioria delas), os únicos critérios que podem levar à decisão de retirar um trabalho publicado na mesma são: falha ética, plágio, publicação anterior em outro veículo ou ainda conclusões não confiáveis, seja por fraude ou erro de boa-fé (erro de cálculo, erro experimental). 

No entanto, o editor-chefe da revista, Wallace Hayes, em carta de 19/11/2013 ao primeiro autor, informa a intenção de retirar o estudo da revista, esclarecendo que o fato não se deve a fraude ou sinais de deformação intencional dos dados.

O motivo alegado seriam as “legítimas preocupações relativas ao reduzido número de animais em cada grupo (dez ratos), assim como à escolha da linhagem de ratos utilizada nos testes”. O estudo teria sido ainda retirado devido a seu caráter “não conclusivo”.
 
Note que nenhum dos motivos apresentados se enquadra nos critérios de exclusão explicitados nas normas da revista, o que motivou ríspidos protestos do professor Séralini e equipe, além de promessas de medidas legais. Lembre também que os testes toxicológicos realizados pelas próprias indústrias para licenciar seus produtos, transgênicos ou não, duram apenas três meses (contra os 24 do estudo do professor Séralini), e seus grupos experimentais contêm tipicamente… dez ratos.

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