"1942: O Brasil e sua guerra quase desconhecida"
levou três anos para ser concluído!
Filho de pai que foi convocado para as forças brasileiras,
o baterista é um aficcionado pelo assunto.
Por Silvio Essinger
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Três anos de pesquisa e redação para escrever sobre o conflito em que seu pai lutou como pracinha
Camilla Maia
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RIO - A guerra mostra o melhor e o pior do ser humano, filosofa João
Alberto Barone Reis e Silva, o João Barone, baterista dos Paralamas do
Sucesso. Como um sujeito boa-praça do rock brasileiro se tornou um
obcecado e, por fim, um especialista na Segunda Guerra Mundial (conflito
que deixou dezenas de milhões de mortos e que motivou a criação das
mais surpreendentes máquinas de matar já vistas) é um mistério que ele
próprio ajuda a desvendar com “1942: O Brasil e sua guerra quase
desconhecida” (Nova Fronteira), livro recém-lançado e cujas pesquisa e
redação tomaram três anos de sua vida de paralama. Dentre incontáveis
“momentos de barbárie e gestos de humanidade extremados”, Barone, 50
anos, extraiu um punhado de “histórias que merecem ser contadas” sobre a
participação do Brasil na guerra, em combates na Europa.
— Dizem
que a história não tem “se”. A verdade é apenas uma: a gente mandou 25
mil caras para lutarem lá — lembra o baterista, atualmente em turnê com o
show de 30 anos dos Paralamas.
Barone recebeu o convite para
escrever “1942” depois de lançar, em 2008, “A minha Segunda Guerra”, um
livro “mais leve” com o relato de sua ida à Normandia para a comemoração
dos 60 anos do desembarque dos Aliados.
— A participação do
Brasil na Segunda Guerra é um assunto que ficou um pouco nebuloso. As
versões erradas prevaleceram sobre os fatos históricos. A minha ideia
era fazer uma regressão àqueles tempos para poder explicar melhor o que
aconteceu de verdade — diz ele, que se esforçou para desfazer, com o
livro, mitos como o de que os americanos afundaram navios brasileiros
para forçar o Brasil a declarar guerra ao Eixo. — Existia por aqui uma
ressaca sobre qualquer assunto que dissesse respeito às Forças Armadas,
por causa dos anos de chumbo. Hoje, há um distanciamento histórico.
CHEIRO DE MORTE...
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