PESCADORES RECLAMAM DE COBRANÇAS ABUSIVAS DA COLÔNIA Z13
Categoria relata falta de informações sobre as taxas cobradas, e uma quantia a mais com relações à Colônia de Conceição da Barra.
SÃO MATEUS - Pescadores de Guriri estão descontentes com as cobranças da Colônia de Pescadores de São Mateus Z13.
De acordo com a pescadora artesanal Josiene Clarindo Teixeira, a Z-13
cobrou o total de R$ 265 a ela, para que fosse liberada as
documentações da pescadora. Josiene, como todos os pescadores, ficam
proibidos de acordo com Lei Nacional, a pescar durante quatro meses,
devido ao período de Defeso da Piracema. “Fui até a Z13 e para começar, a
secretária que estava lá me tratou muito mal, isso é constante, mas é o
de menos. O pior é que eu não tenho essa quantia para pagar. Eu não
entendo o porque de tanta cobrança e para falar a verdade, nunca foi
explicado”, diz ela.
A Josiene é casada com outro pescador, o Robson Pinto, que também se
diz insatisfeito. “Se somos filiados à Colônia, tudo tem que ser
prestado conta, eu nunca vi isso acontecer. E tem outra, nós fizemos um
curso há uns dois anos, pagamos taxas de exames do nosso bolso, e a Z13
disse que receberíamos uma caderneta verde, que daria direito a nós
trabalharmos legalmente embarcados. Cadê essa caderneta que nunca veio?
Além de não termos recebido o documento, também não soubemos informações
mais sobre ele, e nosso dinheiro foi para onde?”, desabafa.
Entre outras reclamações que os pescadores alegam, é a finalidade do
Cad Pesca, um serviço que custa a cada um deles o pagamento de R$ 50.
“Eu não sei para onde esse dinheiro vai e nem para que serve. O que
fazemos é só pagar e sem retorno algum. Mas de uma coisa sei, tem muita
gente inscrita e recebendo como pescador e nunca nem entrou no mar,
muita coisa tem por trás disso e queremos descobrir a verdade”, disse o
pescador Sérgio Nascimento Bazoni.
Os pescadores de Guriri ainda reclamam das atas das reuniões que nuca
são expostas para eles e de recibos frios. “Temos recibos que não têm
validade nenhuma, são papeis normais como qualquer outro, numa folha”,
disse a pescadora Vera Freire dos Santos.
O vínculo empregatício de funcionários, parentes da presidente da
Colônia, a Maria da Glória de Araújo Santos, também é outro problema
visto pela categoria. “Porque tem que ser parente dela lá dentro? E se
pagamos a anuidade é porque queremos benefícios, queremos que alguém
busque nossos direitos, pois tem muito pescador que não sabe nem ler,
nós não temos como ir atrás de burocracias, isso é para fazerem para
nós”, falou outro pescador, o Walace Lopes da Silva.
A categoria ainda comparou o valor das cobranças dos pescadores de
Conceição da Barra e de São Mateus, sendo, segundo eles, a da Colônia
mateense de R$ 245 e da barrense, R$ 110. “Eu não concordo com isso. Lá
eles têm direito a dentista e até socorro caso o barco quebre, aqui nós
não temos nada disso e temos que pagar ainda toda esta quantia para
conseguir a liberação, para dar a nossa entrada no Ministério do
Trabalho e termos direito ao Seguro anual”, disse Sérgio.
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