Mistérios e Segredos do Sítio Casarão

Mystery and Secrets of the ranch townhouse

terça-feira, 27 de setembro de 2011

XIII CONGRESSO DE ESTUDOS LITERÁRIOS

QUE AUTOR SOU EU? DESLOCAMENTOS, EXPERIÊNCIAS, FRONTEIRAS

Chamada para participação com trabalho

... Apresentação

Clique na imagem para saber mais!

A modernidade contemporânea, para alguns, a pós-modernidade para outros, evidencia nas várias esferas da vida e nos campos de saber, dentre eles, a literatura, o vazio, numa perspectiva nostálgica, e o campo de possibilidades, numa mirada otimista, aberto pelo desmoronamento das identidades fixas, imutáveis, essenciais. “Que autor sou eu? Deslocamentos, experiências, fronteiras”, título de nosso XIII CEL (Congresso de Estudos Literários), promovido pelo PPGL-Ufes, ao invés de preconizar um resgate do autor-Deus, o que contrariaria as tendências filosóficas da crítica do sujeito, realiza precisamente o inverso, pergunta acerca do autor, sabendo-o plástico, performático, capaz de um autoengendramento ou de um esforço consciente de desenhar uma imagem de si, façanha desconhecida outrora.


Noutros termos, o retorno do autor para o qual chamamos atenção é aquele a se alinhar, num aparente paradoxo, à desconstrução da identidade e à reconfiguração contemporânea das subjetividades. Não mais se trata do retorno de um sujeito pleno, fundamento e autoridade transcendente do texto, mas de sujeitos fragmentados e suscetíveis de autocriação no ato mesmo da escrita e em sua pretensão de ser lido. Autores, portanto, que traduzem eus inquietos e desassossegados.

Não falamos, porém, apenas do autor-indivíduo, mas também das chamadas subjetividades coletivas (nação, “raça”, etnia, gênero…), que mediante as narrativas de si colaboram para a urdidura de uma trama identitária necessariamente multifária, incompleta e provisória e, em muitos casos, eficazes. É o caso da ênfase na afirmação da diferença nas narrativas literárias, desta vez, esta podendo falar por si mesma, reivindicando a autonomia da enunciação, o que implica a quebra dos padrões até então intocáveis perante os quais as infindas variações que compõem o universo dos seres humanos deveriam ser classificadas (e subestimadas).

Assim, a visibilidade das narrativas e escrituras de autores antes negligenciados, para dizer o mínimo, dentre eles, mulheres, judeus, negros, africanos, indianos, indígenas, palestinos, presos, exilados, mutilados, excluídos, doentes, loucos torna-se, também, problemática do XIII CEL, na medida em que se supõe que o olhar que os caracteriza é produto da experiência dos deslocamentos físicos e psíquicos, reais e metafóricos, o que lhes permite, nalgum sentido, a sua localização num entre-lugar, nas fronteiras, a partir das quais enxergam seus vários eus, a alteridade em si, as alteridades no mundo e, quiçá, as semelhanças que nos possibilitam ainda a expansão do universal mediante o reconhecimento da diversidade.

Incertezas e vulnerabilidades acompanham o curso da constituição das pessoas, grupos, coletividades, povos, humanidades. Fragilidades, “negociações”, representações encontram na literatura um lócus privilegiado de observação e busca de compreensão dos sentidos para os deslocamentos, as experiências e as fronteiras no dito e no não-dito na escrita e na combinação entre memória e imaginação. “Que autor sou eu?” projeta-se como um exercício crítico da literatura também como enunciação de inéditas relações no tempo e no espaço, facultando a emergência de distintos eus.

A Comissão Organizadora


QUANDO? 05, 06 e 07 de outubro/2011)
HORÁRIO? 08h
ONDE? Universidade Federal do Espírito Santo

Nenhum comentário:

POSTAGENS RELACIONADAS...

É BOM! É LEGAL! É SOCIAL!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...