Parque Estadual de Itapuã, Viamão/RS. Foto: Antonio Soler/CEA |
O Governo do Estado homologou nesta
terça-feira (9) a lista de espécies da fauna gaúcha ameaçadas de
extinção. A listagem, primeira atualização feita desde 2002, indica que o
Rio Grande do Sul possui 280 espécies de sua fauna em algum grau de
ameaça de extinção (Vulnerável, Em Perigo ou Criticamente em Perigo)
além de 10 já extintas. Significa que estão ameaçados 22% dos mamíferos,
18% dos peixes de água doce, 16% dos anfíbios, 11% dos répteis e 14%
das aves nativas do Rio Grande do Sul. A lista, coordenada pela Fundação
Zoobotânica (FZB) com apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente
(Sema), é resultado do trabalho de 129 especialistas de 40 instituições
que analisaram o estado de conservação de 1,6 mil espécies.
“Uma lista de espécies ameaçadas serve
para subsidiar as políticas públicas e também como um termômetro de como
o ser humano está tratando o ambiente natural”, diz Glayson Bencke,
coordenador geral do trabalho e pesquisador do Museu de Ciências
Naturais da FZB. “Com essa atualização, o Rio Grande do Sul cumpre um
dos principais compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção sobre
Diversidade Biológica (CDB) – reforçado recentemente pelas Metas de
Aichi para a Biodiversidade”, reitera o diretor geral da Sema, o biólogo
Luís Fernando Perelló. “Ou seja, trata-se de monitorar a biodiversidade
produzindo listas de espécies ameaçadas e, partir daí, construir planos
de ação para tentar reverter ou pelo menos estancar o quadro de
espécies ameaçadas”, explica.
Os critérios, procedimentos e definições
utilizados para a revisão da lista foram desenvolvidos pela União
Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês),
amplamente empregados em avaliações das condições de conservação de
espécies em nível global e regional (países ou estados). A revisão
periódica da lista é prevista tanto no Código Estadual do Meio Ambiente
como no Decreto Estadual 41.672/2002, que também estabelece a
obrigatoriedade da constituição de uma comissão multi-institucional
formada por especialistas em fauna para coordenar o processo.
Tecnologia de ponta
Para a revisão da lista, foi desenvolvida pela FZB e Procergs uma ferramenta inovadora, o “Live”, sistema digital operado via web. Ele auxilia na elaboração e revisão de listas de espécies ameaçadas de extinção, permitindo documentar e gerenciar todas as etapas do processo de organização das chamadas listas vermelhas.
Graças ao Live, que permite acesso remoto
às bases de dados, formulários de avaliação de espécies e documentos
relevantes, a maior parte das atividades relacionadas à revisão da lista
pode ser desenvolvida à distância, sem a necessidade de reuniões
presenciais, o que viabilizou a participação de um grande número de
especialistas e reduziu significativamente os custos do processo de
reavaliação.
Ameaça por grupo (índice e número)
Invertebrados – 39% (49 espécies)
Peixes – 18% (74 espécies)
Anfíbios – 16% (16 espécies)
Répteis – 11% (12 espécies)
Aves – 14% (91 espécies)
Mamíferos – 22% (38 espécies)
Espécies por categoria de ameaça
Vulnerável – 99 espécies
Em perigo – 108 espécies
Criticamente em perigo – 73 espécies
Texto: Assessoria FZB
Edição: Redação Secom
Edição: Redação Secom
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