No último dia 3 fizemos uma postagem sobre a decisão de Estocolmo, na Suécia, lá no primeiro mundo, ter desistido de sediar as Olimpíadas de Inverno, de 2022, com a justificativa de que a cidade tem outras prioridades e a realização do evento custaria muito, para os cofres públicos. Isso sim que é uma gestão pública eficiente, consciente, competente e compromissada com o interesse público de seus cidadãos. (leia mais sobre esse assunto, AQUI!)
Mas será que...
Vale a pena ser sede da Copa 2014?
Do ponto de vista econômico, tudo indica que não. Segundo os cálculos preliminares da CBF, o Brasil vai precisar gastar R$ 11 bilhões para se preparar para a Copa de 2014.
Por Mario Grangeia
Revista Superinteressante - 02/2008
Revista Superinteressante - 02/2008
Tomando por base só essa despesa, sediar o torneio parece uma
fria - afinal, daria para turbinar áreas como saúde, habitação e
educação (e ainda movimentar a economia) se não fosse preciso gastar uma
grana modernizando estádios, por exemplo.
Mas é preciso considerar outros itens para medir o retorno de uma
Copa, como o gasto dos turistas. Pelas contas do governo, a Copa deve
atrair 500 mil estrangeiros, que gastariam até R$ 3 bilhões. Além disso,
se a competição gerar tantos postos de trabalho quanto a Alemanha gerou
em 2006 (25 mil novas vagas), dá para computar mais R$ 500 milhões em
investimentos, já que o custo médio por novo emprego está na casa dos R$
20 mil. Há ainda quem identifique uma expansão da economia dos países
sede.
Mas isso não é consenso. "Crescimento econômico é algo difícil de
prever com tanta antecedência. No fim das contas, a alta do PIB pode
ficar próximo de zero", afirma o economista Fábio Sá Earp, da UFRJ. A
esperança são os benefícios de longo prazo, mais difíceis de medir. Um
estádio novo, por exemplo, pode gerar um círculo virtuoso no bairro,
bombando o comércio e elevando a arrecadação para fazer mais obras. Sem
contar que o torneio pode aumentar o fluxo turístico e melhorar a imagem
do país. Se tudo isso acontecer, aí, sim, quem sabe em algumas décadas a
gente poderá dizer que sediar uma Copa é um bom negócio.
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