Saskia Sa |
Uma das pautas do movimento pela democratização das comunicações que tem na Frente pela Democratização das Comunicações sua organização nacional é a questão do financiamento da mídia no Brasil através das verbas de publicidade estatais.
Não sei se todos aqui sabem, mas a mídia no Brasil e Imprensa PIG é basicamente financiada por verbas publicitárias estatais, são os governos os grandes patrocinadores destes veículos de comunicação, sem estas verbas, provavelmente, a promiscuidade entre governo e mídia não seria tão acintosa, desprezando as questões que são importantes para o povo e difundindo a sua visão de mundo que em nada corresponde à realidade. Portanto, uma das lutas dos grupos que atuam pela democratização das comunicações é a pulverização destas verbas de publicidade por todos os veículos de comunicação e não somente para a "Grande Imprensa", para o PIG.
Outras lutas são pelo Marco Legal da Internet e das Comunicações, apenas assim poderemos enfrentar este monopólio excludente que 6 famílias exercem no país e apenas 3 no ES. Ir à noite protestar na frente da Rede Gazeta faz um barulho sim, um barulho que é necessário, é mostrar a cara de quem é excluído do acesso aos meios de comunicação e produção de sentido. Mas é também um barulho que tem se repetido e se tornado rotina incorporado ao cotidiano, ao qual o teatro dos enfrentamentos com o choque me parecem estar com seu teatro orquestrado e sempre bem cronometrado.
Vamos sim ocupar as ruas, mas vamos pensar em outras ações também, não dá pra ficar sendo tão ingênuo ao ponto de não enxergarmos que devemos ter estratégia para estas ocupações. Aí que ta foda e uma coisa fica vindo na minha cabeça sobre estes enfrentamentos diários. Por exemplo, como ontem, que eles foram pra assembleia à noite, por que neste horário? Os deputados, claro, não estavam mais lá, então... eles vão pra ponte pra enfrentar o choque, a polícia já estava lá, cancelas fechadas com tapume, e aí??? Será que não ta faltando um pouco de inteligência e estratégia nisso não? Só entrega vai manter a chama acesa até quando? E sexta, na Gazeta, como será? Só algumas questões que acho, devemos nos colocar...
Vamos ocupar as ruas, a cidade, vamos abrir as ruas pra quem delas estava excluído e continua excluído dos espaços de representação e de construção de sentido, mas vamos pensar também???
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