VÃO DESTRUIR? SEJAM BEM VINDOS!

A TRIBUNA - 11/03/2012

A fala do economista é de fato uma constatação de que nosso Estado abre mão de suas riquezas em nome de um desenvolvimento que não se justifica.

Faz tempo que ouvimos disser que o Espírito Santo vem se destacando economicamente... Mas também faz tempo que a sociedade capixaba reclama da falta de investimentos na saúde, educação, segurança... Quanto a cultura? Essa nem se fala, pois se na tríade social e coisa vai mal, a área cultural é praticamente esquecida, inexistente.

Fico pensando o que seria se a nossa mãe capital, Vitória, não investisse em áreas de lazer, espaços culturais, parques... Pois nossos artistas, residentes em outros municípios se deslocam e disputam espaço para apresentarem seus trabalhos.

Nossa luta em defesa da desapropriação da área do Sítio Casarão e fundamentada na importância da mesma e na sua localização: em uma região onde milhares de cidadãos não dispõem de infra estrutura que garanta uma qualidade de vida melhor.

Sítio Casarão: Potencial para o desenvolvimento social, cultural, ambiental, turistico e sustentavel.

A desculpa da Prefeitura é de que não possui recursos para desapropriação da área. Minha gente, não podemos ser ingênuos e acreditar nisso. 

A Serra um município com vocação industrial e concentra a maioria das grandes empresas existentes no estado... Além disso, ainda contamos com os Royalties do petróleo entre outros recursos.

Outra coisa, resolvida a briga entre Vitória e Serra, na divisão dos municípios, na região de Carapina, ficando essa para os serranos, a Serra passou a ser o município com maior número de habitantes, já que antes os moradores dessa região eram contabilizados como sendo de Vitória, pelo IBGE. Assim, nada mais coerente, justo e sensato do que investir em áreas de lazer, principalmente que agregue função social, cultural, ambiental e turística, como propomos com a criação do Parque Urbano Sítio Casarão.

Nao podemos esquecer que o município recebe destaque como o mais violento do Estado. Diante disso, por que não se investe em qualidade de vida? Em projetos sociais e áreas que possibilitem o desenvolvimento de atividades para jovens e adultos ociosos? Uma coisa é certa, não é por falta de recursos? Não se enganem com isso. 

Não existe desenvolvimento com destruição e, nós, capixabas, não podemos permitir que empresas de fora sejam recebidas com tapetes vermelho e com direito de destruir importantes áreas afetivas dos capixabas e, nem tão pouco, nossas reservas ambientais, nossas nascentes, nossas história.

Cabe ao poder público administrar o interesse público, ouvir as comunidades, investir nas comunidades...

É muito fácil permitir que uma empresa de fora chegue aqui e destrua todo o potencial do Sítio Casarão afinal eles não têm nenhuma ligação afetiva com o nosso Estado, com nossa cultura e visam, unicamente, o lucro.

Vamos receber bem os investimentos, mas entes a sociedade tem o direito de opinar se vale a pena entregar-lhes nossas riquezas, nossa qualidade de vida, nossa segurança.