Ainda sem muitas intervenções que provocam impacto visual, a Praia do Cassino, localizada na cidade de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul, considerado o balneário marítimo mais antigo do
Brasil (1890) e é a maior praia do mundo em extensão que se estende desde a cidade de Rio Grande até o Chuí, corre o risco de, aos poucos, sofrer alterações paisagísticas por conta das construções pretensas ao longo do balneário.
Preocupados com a destruição desse patrimônio ambiental natural, que possui um largo campo de dunas que protegem o balneário e uma visão de 180 graus do céu, moradores da região tiveram a oportunidade de impedir o adensamento desordenado imobiliário no balneário que poderá, também, extinguir mais cedo os raios de sol que banham as areias, provocando sombra na praia durante a tarde.
No último dia 21, a Prefeitura de Rio Grande realizou uma Audiência Pública para apresentação e debate sobre as construções de prédios com mais de 4 andares na Avenida Beira Mar, no bairro Cassino.
Essa preocupação de se construir grandes edifícios nas orlas já destruiu muitos lugares que eram considerados paraísos. Bons exemplos disso são as Praias de Pipa e Ponta Negra, em Natal/RN e Porto de Galinhas (PE). Aqui no Espírito Santo, a bela Praia da Costa tem sombra na areia por conta dos altos edifícios em sua orla. Algumas praias perderam até 2 horas de sol, por conta dos arranha céus. Além disso, o que antes era um paraíso verde, de beleza nativa, tornou-se um paredão de concreto, perdendo até mesmo a vegetação de restinga, provocando ainda mais destruição com a erosão.
"Em congressos e reuniões de gestão costeira promovidas por alguns países que a 30 anos passaram por desenvolvimento como o que hoje ocorre no Brasil, sempre é deixada a mensagem para não fazermos aqui as mesmas besteiras que eles fizeram. Exemplos de países que destruíram a costa e os rios e hoje gastam fortunas para tentar remediar os prejuízos já existem aos montes, mas nós ainda temos a opção", desabafa Augusto, no Blog RG Surf.
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