ENCERRAMENTO DO PROJETO ENTRELINHAS II.

Solange Arrudano Entrelinhas II: “A Arte do Movimento”, de Rudolf Laban                                     Foto: Divulgação                 

A Serra recebeu no período de 13 a 27 de janeiro a coreografa Solange Arruda que pela segunda vez participou do projeto Entrelinhas, idealizado e coordenado pela historiadora Suely Carvalho Soares que tem promovido, em Carapebus, ações culturais com o objetivo de “inseminar” na comunidade o gosto pelas artes e o conhecimento por meio das várias manifestações artísticas.

Solange Arruda

Foto: Suely C. Soares

Formada no Método Laban, por Maria Duschenes, Solange Arruda é coreógrafa, dançarina, professora de dança contemporânea expressiva, premiada pelo Prêmio Mambembe - Revelação de Atriz, autora dos livros: "Arte do Movimento" e "A Linguagem dos Pássaros"... Solange Arruda carrega na bagagem a simplicidade e leveza de existir em movimentos suaves em meio ao caos urbano acelerado. Segundo a coreógrafa, foi difícil resistir o convite em vir ao estado ministrar sua oficina. “Participei do primeiro Entrelinhas e quando convidada para o segundo fui movida pela mesma empolgação da Suely, que com muito esforço, dedicação e amor pela cultura, traz para essa comunidade (Carapebus) a arte, seja por meio da dança, literatura ou do bordado”, confessou.

Foto: Suely C. Soares

Sobre o resultado de sua oficina, Solange reitera sua paixão pelo que faz “Posso dizer que foi gratificante e surpreendente, um mergulho em um espaço bucólico, belo, com pessoas simples, mas ricas em desejos e vontade de experimentar, se entregar e, até mesmo, se capacitar. Embora a participação da comunidade tenha sido tímida e os alunos oscilantes, tivemos duas grandes recompensas: uma aluna que não tinha contato com a dança e outra que veio de longe, assiduamente, aprimorar seus conhecimentos. Assim, tive um resultado positivo, pois colaborei com quem necessitava desse saber para realizar os seus desejos e vontades. Foi uma grata oportunidade”, disse empolgada.

Para Suely Soares, coordenadora do projeto, que ofereceu ainda oficinas de poesia e bordado, a participação de Solange foi fundamental “Não podia deixá-la de fora do Entrelinhas II, pois sua participação no primeiro foi enriquecedora. Com todo o seu prestigio, Solange interage com os participantes com muita simplicidade e extrai deles a vontade de experimentar a dança que existe além das “coreografias populares”, difundidas pela mídia”,  declarou.     

 

Foto:Ádson Lima

No encerramento do projeto Entrelinhas II, que foi realizado com recursos da Lei Chico Prego de apoio à cultura, os participantes tiveram uma grata surpresa: a presença de diretores da Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra, Adriano Clemente e Josinete Braga Borges Lordes.

Para Suely Soares a presença dos representantes da Setur foi inusitada e marcou, de fato, as mudanças que estão por vir com a nova gestão pública municipal “Estamos felizes e surpresos com a presença dos representes da Setur, pois essa aproximação não existia e os artistas e produtores culturais da Serra eram ignorados e prejudicados com a falta de ética que existia no antigo Conselho de Cultura, denunciado no ano passado pelos amigos do Sítio Casarão, que fazem parte do Instituto Goiamum. Com isso, temos agora esperanças de que o desenvolvimento cultural de fato será promovido nesta gestão e com a visita dos representantes encerramos o nosso projeto com chave de ouro”, desabafou.

Foto:Ádson Lima

O Projeto Entrelinhas II teve como objetivo especifico a causa do conhecimento como essencial, numa ação articulada entre o pensar e o fazer norteados pela interação entre as linguagens: poesia, bordado e dança contemporânea, justificando a necessidade de ocupação de espaços comunitários e com conteúdos que possam colaborar no aperfeiçoamento do potencial humano. Essa acessibilidade denota o caráter sublime de toda a expressão e criação ao qual denominamos de cultura.

O Projeto foi realizado no período de 14 a 23 de janeiro, no Atelier “Casa MENINA”, do cineasta Ricardo Sá, localizado em Carapebus, onde foram desenvolvidas as oficinas: “A Arte do Movimento” de Rudolf Laban, ministrada pela coreografa Solange Arruda, de São Paulo; Bordado, com Enriqueta Joventina e Poesia, com Suely Soares. Além das oficinas, foi disponibilizado espaço para leitura com exposição e distribuição de obras literárias diversas e exibição, no encerramento, do primeiro documentário do diretor Pedro Pupo, “Solange”, feito a partir de depoimentos e performances da dançarina labanista Solange Arruda, uma verdadeira declaração de amor à arte, apesar dos riscos que esta escolha traz.