A Cúpula do Clima terminou com o
compromisso assumido por 150 países e organizações, entre os quais 28
Estados-Membros, 35 empresas, 16 grupos indígenas e 45 grupos da
sociedade civil, de reduzir o desmatamento pela metade, até 2020, e
zerá-lo totalmente até 2030. O Brasil, contudo, não assinou a Declaração
de Nova York durante a reunião. A informação foi confirmada pelo
Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty.
Segundo o órgão, o governo brasileiro não
foi convidado a participar do processo de preparação do documento, por
isso não pôde se comprometer com as metas estabelecidas. O Itamaraty
explicou que a carta não é um documento oficial da Organização das
Nações Unidas (ONU) e que, portanto, só deve ser seguido pelos
signatários.
Além do objetivo de acabar com o
desmatamento, o documento estabeleceu outras metas, como a redução das
emissões de gás carbônico de 400 milhões a 450 milhões de toneladas por
ano, nos próximos seis anos, ou 2 bilhões de toneladas no total, também
até 2020.
Já a assessoria do Centro de Informação
das Nações Unidas para o Brasil (Unic Rio) acrescentou que a carta
permanece aberta para outros países e entidades assinarem. Destacou
ainda que as negociações acerca dos compromissos que os países devem
assumir para combater o aquecimento global seguem até o ano que vem,
quando será realizada a 21ª Conferência das Partes sobre o Clima
(COP-21), em Paris.
A Cúpula do Clima ocorreu nesta
terça-feira (23), na sede das Nações Unidas, em Nova York. Participaram
chefes de Estado, de Governo e representantes de 125 países. O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou o encontro para engajar
os países a se comprometerem com o tema, dada a necessidade de um
consenso quanto ao acordo político sobre o clima.
Segundo a ONU, a reunião de hoje foi o maior encontro já organizado para discutir as mudanças climáticas.
Pela manhã, a presidenta Dilma Rousseff
defendeu, durante discurso na Cúpula do Clima, que o combate às mudanças
climáticas não é danoso para a economia. “A redução das emissões e as
ações de adaptação devem ser reconhecidas como fonte de riqueza, de modo
a atrair investimentos e lastrear novas ações de desenvolvimento
sustentável”, afirmou a presidenta, que defendeu que os países
desenvolvidos devem ter maiores responsabilidades no combate ao
aquecimento global.
A Agência Brasil procurou o Ministério do
Meio Ambiente, mas o órgão não divulgou posição sobre os desdobramentos
dos debates ocorridos na cúpula.
*Com informações de Leandra Leal e Luana Lourenço
Por Helena Martins, da Agência Brasil*, no EcoDebate, 24/09/2014
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